O novo grupo feminino da JYP fez seu debut dia 22 de Fevereiro chocando o público e essa escritora e compositora que aqui fala. Mas não foi das melhores formas.
Primeiro, fora da minha bolha de conhecimentos, mas o Twitter existe pra isso e pra ser bem sincera eu só descobri sobre o debut do grupo por causa das discussões. Aparentemente, temos alegações de plágio em vários aspectos.
Desde os visuais para o MV de debut que se assemelham demais aos do grupo masculino ATEEZ (e eu fui informada de que a produtora que fez os MVs do ATEEZ também trabalhou com as meninas do NMIXX) até alegações de que o gênero de ‘MIXX POP’ que foi apresentado como inovador não é tão inovador assim, por já ter sido usado por outros grupos como AESPA.
Segundo que, colocando de lado a parte visual que apesar de ser minha nova área de estudo, ainda é nova demais para eu ter reais opiniões com bons embasamentos, eu vou falar do que eu SEI: MÚSICA.
Depois de ouvir algumas vezes e entender o que era a música “O.O” eu posso dizer que mesmo sendo muito bem produzida e com ideias super interessantes e diversos momentos e acontecimentos musicais que tinham tudo para ser uma grande música foram esses mesmos aspectos que a tornaram ‘estranha’ e até ‘ruim’ para os ouvintes.
(Em sua maioria aparentemente)
“O.O” é uma rapsódia.
Esse termo vem da poesia, de acordo com o dicionário de Oxford, uma rapsódia é um trecho de um poema, um fragmento de um poema, geralmente poemas épicos.
Na música isso se aplica como uma composição feita de diversas partes diferentes entre si e unidas de forma livre sem qualquer conexão.
O que faz todo o sentido, já que a música “O.O” é formada de 3 grandes momentos musicais e diversos acontecimentos musicais dentro dessas estruturas “macro”.
E na verdade, uma coisa que essa música fez melhor do que as anteriores que também se chamam de experimentais e que seguem uma estrutura rapsódica é que “O.O” é a própria rapsódia, assim como a rapsódia mais popular da cultura pop “Bohemian Rhapsody” do Queen.
Diversas coisas diferentes que se ligam do nada e levam a lugares novos e não vistos antes, com diversos acontecimentos musicais e que na música “O.O” infelizmente não tiveram tempo o suficiente para serem temas poderosos.
Mesmo que rapsódias sejam a própria mistura de ideia musicais que não se ligam as seguintes, “O.O” teve um enorme erro ao não ter tempo suficiente para que cada acontecimento… acontecesse.
Ao exemplo de “Bohemian Rhapsody”, uma música de quase 6 minutos, cada pedaço único tem tempo de existência, tem tempo para o cérebro o entender como algo único e próprio antes de seguirmos para o seguinte.
Quanto a “O.O”, uma música que nem ao menos chegou aos 3 minutos, isso não aconteceu. Muitas ideias boas foram jogadas fora porque não tiveram tempo o suficiente de existir, como se cada ideia não tivesse existido por inteira antes de ser descartada.
E sinceramente esse debut mostra claros traços de uma vontade de trazer algo inovador, mas que já foi apresentado antes e não pela mesma empresa. O que só mostra a falta de compreensão do que é fazer um trabalho experimental dentro de uma indústria com padrões muito bem estabelecidos e consumidores ávidos e prontos para falar muito sobre o que é diferente da caixinha que eles estão tão acostumados.
O single “AD MARE” vem com a faixa título “O.O” e o uma b-side chamada “TANK” que por muitos foi chamada de “uma melhor escolha para faixa título”.
Eu não discordo, porém não concordo.
“TANK” seria uma escolha mais esperada, mais plausível e palatável e talvez ESSE foi o motivo dela não ter sido.
NMIXX com seu debut de “AD MARE” traz o conceito de misturas e inovações, assim o fator ‘choque’ é claramente esperado.
“O.O” foi a escolha perfeita para o fator choque durante a divulgação, ótima ideia, porém mal executada. Diversos grupos de diversas empresas já estão trazendo músicas com elementos inovadores e futuristas (como eu acredito que seja a nova onda de conceitos do K-Pop, mas posso falar mais disso outro dia).
NMIXX não inovou com isso, “O.O” é uma rapsódia quase perfeita se tivesse tido o tempo de existir em cada parte teria sido uma das melhores músicas que já ouvi na vida.
Músicas cheias de ideias com pouca minutagem não funcionam, mas a JYP aparentemente conseguiu o que queria.
Atenção e marketing gratuito e orgânico para seu novo grupo, afinal todos estão falando, bem ou mal, mas estão falando e isso engaja.
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