por Torya Zanella 20-12-2021
No dia 17, 18 e 19 de Dezembro o grupo NCT 127 fez concertos no Gocheok Sky Dome em Seoul, Coreia do Sul, depois de dois anos sem shows presenciais devido à pandemia. E no dia 19 a transmissão do show foi feita pela companhia Beyond The Live para que os fãs que não pudessem estar presencialmente tivessem a chance de ver o grupo.
E eu fui um desses fãs e hoje vou contar um pouco da minha experiência de acordar às 4h30 da manhã, quase acordar a casa toda e ainda ter chorado, duas vezes, de raiva e de tristeza.
O COMEÇO
Vamos começar com: o show começava às 5h da tarde para eles, o que aqui no Brasil significa uma diferença 12h pelo fuso horário, ou seja 5h da manhã por aqui. E quem disse que eu consegui dormir direito do sábado (18) para o domingo (19)? Não dormi.
Acordei cedo ainda podre de sono e fui fazer um café e ligar o computador. A plataforma do Beyond The Live é um canal dentro do site/aplicativo V Live, se você já acompanha o K-pop conhece muito bem o queridinho das lives dos idols que está com os dias contados.
Mas isso é história para OUTRO dia.
Até porque o fato do show ser online e eu ter de ver ele pelo computador foi a minha raiva da madrugada, eu estou de estadia na casa dos meu pai para as festas de fim de ano e só trouxe meu notebook e ele superaqueceu no meio do show e eu tive que reiniciá-lo. O que só me rendeu raiva e torcer pro app do celular do V Live estar funcionando no meu celular.
SOBRE A EXPERIÊNCIA
O show começou praticamente em ponto, como todos os outros shows de K-Pop que eu já fui, e todos os outros concertos online que eu vi (de K-Pop) durante o ano passado devido a pandemia.
Foi maravilhoso, o grupo começou o com show com uma abertura espetacular em que um vídeo era passado, contando um pouco do tema do concerto, se conectar, o que fez todo o sentido, porque a turnê foi intitulada “The Link”.
(turnê que por acaso me parece que vai ser levada a outros países, mas nada muito confirmado e menos ainda datas marcadas, apenas os três dias no Gocheok Sky Dome em Seoul e um post no Twitter oficial do NCT127 de que pretendem fazer uma turnê mundial)
Depois disso, cada integrante apareceu em uma estrutura de metal personalizada com luzes que se assemelhavam aos desenhos mostrados no VCR e assim completando uma entrada triunfal com luzes, vídeos no telões e músicas instrumentais intensas.
Abriram o show com as algumas faixas títulos recentes, "Kick It", "Lemonade" e o trabalho mais recente com o projeto NCT 2021, "Earthquake". A última me surpreendeu com o palco móvel que foi elevado e ainda se inclinava, não é fácil dançar em lugares assim.
E isso foi só o primeiro palco "divertido" da noite, como chamei os palcos “diferentões”. Tiveram outros momentos em que o grupo se deslocava pelo estádio por carrinhos decorados que foram palco de músicas alegres e intimistas que me fizeram abrir um sorriso enorme.
O show seguiu com faixas dos últimos dois álbuns do grupo e antigas queridinhas do público, solos e mais.
Terminando o segundo set (antes do Encore) com antigas faixas títulos como “Simon Says” e “Cherry Bomb”, músicas icônicas do grupo e que não podiam faltar ao menos uma menção a elas devido a história do grupo.
Tenho certeza que quem estava no lugar físico ficou com muita vontade de gritar em amores, mas as restrições na Coreia sobre barulhos e gritos em show não permitia.
De acordo com o que pesquisei era por questões de como o vírus ainda está em circulação e por ele ser transmitido pelo ar, foi determinado que além de ficarem ao menos um assento de distância, ninguém poderia gritar, contar e muito menos fazer os conhecidos fan chants.
MAS… voltando a minha experiência de quem assistiu ao vivo pela internet, eu sei que não é a mesma coisa, que uma crítica de show deveria ser feita quando se vai fisicamente para um show, mas nas circunstâncias em que estamos ainda é complicado fazermos isso.
E meu conteúdo é focado em K-Pop, algo que fisicamente ainda está longe de mim.
PORÉM o mais interessante, do meu ponto de vista e levando em consideração uma conversa que tive com um professor de produção na faculdade, hoje assistir um show já se tornou outra experiência, transmissões ao vivo se tornaram algo que logo mais será muito comum na nossa rotina de consumo de conteúdo artístico.
Então decidi falar sobre isso.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Me assustei quando percebi que eram 8h da manhã e o show tinha acabado de terminar, eu estava lá desde às 5h. Foram 3h de show, considerando dois sets, divididos por outros VCRs e alguns minutos de conversa entre eles e no meio deles, também.
Foram performadas 34 músicas desde os títulos e b-sides de todos os estilos que o grupo é conhecido por, e performances solos e em grupo, dos dançarinos, dos rappers e cantores.
O grupo mostrou serem grandes performers, não apenas artistas, mas performers mesmo, com um show de 3h e mais de 30 músicas com, o que eu achei, pausas e divisões de solos (e subgrupos) estratégicas para que pudessem se recompor, trocar figurinos e respirar.
A estamina necessária para um concerto desse porte é enorme, parabéns aos nove garotos.
Mas vou deixar um link para o reddit onde eu achei a tracklist do show caso você queira saber, porque eu não consegui guardar de cabeça a ordem, foram MUITAS músicas.
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
O que mais me chamou a atenção foi a narrativa contada no concerto, com músicas intensas para a entrada, mudando para algumas mais leves e amigáveis, como se tivessem reencontrado um antigo amigo (o que me lembra o tema do concerto e seu nome).
Um VCR contando sobre, o que me pareceu, um fã (representado por um gato, pelo menos as "mãos" mostradas eram patas de gato) acordando de um sonho onde conhecia todos os membros do NCT 127 durante os afazeres da vida cotidiana.
Sendo seguido do segundo set mais focado no palco central e nos carrinhos móveis, o que me deixou muito preocupada porque o palco era móvel. Ele se inclinava em uma elevação durante a performance, que ficou icônica esses dias com os fãs, da música “Love On The Floor”.
Que eles levaram bem a sério e apresentaram uma coreografia de chão, mas o palco se inclinava em torno de 45 graus (sem um cinto de proteção, apenas um espaço para travar os pés) e assim quem estava na platéia poderia ver com mais facilidade.
Ah e ele ainda girava no eixo, para todos verem os nove dançando.
A própria introdução do show teve estruturas suspensas em que eles se prendiam por cintos de segurança, os palcos elevados tinham proteções laterais, os carrinhos móveis também com proteções laterais e portinholas, mas o palco inclinado e giratório só tinha uma pequena lateral elevada, que eles utilizaram para manter o equilíbrio com os pés…
Foi incrível, uma performance única, mas deu um medo de que alguém poderia cair nessa hora.
Tive uma grande ressalva que, por ser um show online em que quem está assistindo apenas consegue ver o ponto de vista que a câmera está filmando eu esperaria que isso fosse melhor coordenado.
Em diversos momentos o foco de quem cantava foi perdido, ou o corte acabava em um ângulo estranho e por diversas vezes, por mais que um fã queira ver de perto o rosto do seu artista favorito, ele também quer ver a performance como um todo, e eu senti um pouco de falta de ver a “cena inteira”, vamos dizer.
Eu gostaria de ter visto alguns cortes onde o palco, a dança, todo o conjunto de performance fosse mais aparente. E sim eu sei que isso significa ter uma cena mais distante e menos detalhada do artista.
Mas também é uma preferência pessoal de quem compra cadeiras mais ao longe na platéia, para qualquer show que seja, para poder ver o show como um todo.
Isso deve ser resquício de quando eu fazia parte de um grupo de dança e teatro.
CONCLUSÃO
Mas no fim de tudo, foi um ótimo show, que rendeu muitas emoções, incluindo o gatilho emocional que foi a última música do encore, chamada “Promise You” em que eles contam como sentem falta de alguém especial e prometem que vão ver essa pessoa de novo.
E para adicionar a isso, tivemos o cartaz para os fãs segurarem em que era possível se ler algo como “nos encontramos de novo como havíamos prometido”.
As 3 horas de show, com longas conversas com o público, contando como estavam felizes e explicando um pouco sobre as músicas que estavam apresentando até o último mend que teve um agradecimento individual para os fãs e a todos que trabalharam duro para que o concerto existisse foi incrível.
Termino dizendo que valeu cada centavo e foram centavos caros. :)
O show transmitido teve o valor por volta dos 250 reais (U$40 e uns quebrados) um preço bem salgado na verdade, porém eu compreendo o valor, tanto pela estrutura física usada, como pelo trabalho de todos para que funcionasse e mais ainda, o valor para que a transmissão online custa, em equipamentos e pessoas.
Caro? Muito. Vale a pena? Se você tem esse valor para gastar, eu acredito que vale muito sim.
Não vou ser hipócrita e dizer que você deveria gastar valores assim se você não tem, porque mesmo um ingresso de show presencial pode e é caro. Ainda mais no Brasil.
E como eu disse, ver um show online é uma outra experiência, totalmente diferente de se ver do que um show presencial.
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