LE SSERAFIM fez seu debut dia 2 de maio de 2022 e depois de pensar bastante vim aqui falar um pouco sobre
Se você não me conhece, olá meu nome é Torya e eu sou compositora e escritora, eu estou aqui para falar sobre K-Pop da perspectiva de uma profissional, acadêmica e por fim consumidora. Tudo o que eu abro ao público são pensamentos e opiniões que vão para além da subjetiva de uma fã.
E por isso eu digo que não me senti nenhum pouco emocionada com esse debut das garotas do LE SSERAFIM, para começo de conversa a música título é fraca, mas as outras tracks do álbum me surpreenderam um pouco.
Com a onda de músicas experimentais e cheias de instrumentos e elementos musicais, LE SSERAFIM trouxe algo na contramão. Interessante? Sim, mas o que deixou a desejar é que a título é muito esquecível.
Depois de ouvir a primeira vez eu já nem me lembrava como a música era a única sensação que ficou foi de que a música não era nada demais. Ao contrário das outras do álbum que me pareceram mais interessante e flertavam mais com o que o mercado do K-Pop hoje parece pedir e está esfregando com seus artistas
Meus pensamentos sobre como o mv, em específico a dança foi apresentada… bom eu achei levemente sexualizado até porque o problema aqui está em elas serem rookies e JOVENS e mulheres. Mas isso é uma crítica a indústria, ok, nada com as meninas.
Elas apresentaram ser talentosas e com grande potencial, até pelo pouco que eu sei sobre seus talentos artísticos e vidas artísticas, porém ainda está cedo para qualquer veredito final, é apenas o debut.
Eu não sei vocês, mas me contem, como vocês tomam os grupos em seus debuts? Esperam para eles mostrarem a que vieram com o tempo ou já tem uma opinião formada com apenas uma música, ou um mini álbum?
Eu nunca dou um veredito sobre um grupo e seu potencial artístico apenas com o debut, quero ver se elas tem o poder e ir pra frente. E isso leva tempo e alguns comebacks
Mas voltando a música…
“FEARLESS” é uma música simples demais, bem produzida, mas esquecível até mesmo o palavrão que me chocou, na hora que eu ouvi eu acabei esquecendo e só lembrei ao ouvir a música de novo.
Eu não entendi NADA do que a Hybe/Source quis com isso.
Mostra que elas são poderosas? Que não ligam para estereótipos e tem letras de empoderamento? E por isso não é para mexer com elas porque elas são as ‘donas da p*rra toda” como diz na letra [I’m that b*tch]?
Me mostrou certo… produzido demais… uma necessidade de se apresentar com essa persona, mas que não se sustenta, nem musicalmente nem na atitude. Algo não me deixa acreditar que elas sejam toda essa força empoderada, única e girl power.
Sabemos que o conceito girl power vem muito forte, uma parte de mim gosta, e a outra (a cínica) questiona o quanto desse empoderamento é apenas uma escola marketing muito bem curada, isso vende e o público quer ouvir isso, porque da engajamento, bom E ruim.
E isso não é sobre LE SSERAFIM.
Mas isso é uma discussão para além do simples fazer artístico (apesar de que eu acredito que o fazer arte é em seu todo uma manifestação social de ideias e bandeiras, mas ESSA discussão merece um Ted Talk só pra ela) porque estamos em um local de indústria, controlada por alguém.
Sim falar sobre isso é importante e eu acho incrível que mais grupos estejam tomando esse assunto, mas sempre com a noção de que isso não faz delas fadas que nunca erram, digo isso para até mesmo os grupos de 4gen que já trouxeram esse conceito
Até que provem que não é só fachada de um conceito, mas eu posso falar mais disso mais para frente se quiserem.
Porque apesar de toda a estética, conceito e letra poderosos, com uma title com o nome de "FEARLESS", sem medo, essa música em momento nenhum se mostrou forte o suficiente em sua composição, apelo artístico e reação com o público.
((quando eu digo que o consumidor, ouvinte, fã, não é idiota e consegue perceber quando algo não é autentico ou pelo menos não tem um fio de algo real… é verdade
Você concorda comigo?))
OPINIÃO SOBRE A COMPOSIÇÃO
Simples, de forma estrutural mais do que conhecida, com todos os elementos de hit atuais, como o bendito anti-drop que não faz o menor sentido no meu cérebro, com vocais mais falados e sussurrado, (que talvez sejam uma forma de aproximar o ouvinte do cantor) com um refrão contendo uma frase chiclete que na minha opinião não foi tão chiclete assim.
Nada de surpreendente, nada revolucionário.
Hybe/Source hyparam demais o debut, para lançar uma música que só vai hypar por todos os fatores anteriores e porque a anos o público espera um girl group da Hybe/BigHit.
(e porque agora todos querem saber o que vai ser do grupo depois de tanta polêmica, mas a minha opinião sobre a música ser fraca continua).
Para mim esse hype foi mais sobre as garotas como rostos e possíveis talentos do futuro, como pessoas a serem influentes, do que pela música e pela arte.
(e como eu disse, gera engajamento, bom e ruim).
PENSAMENTOS FINAIS
O que me leva a pensar novamente na indústria que vende rostos, vende personalidades, não é de hoje que o K-Pop faz isso, mas ultimamente eu sinto que isso ficou mais escancarado.
E mesmo que tenham pessoas que falem que hoje temos uma mudança, estamos vendo os artistas produzirem mais suas músicas, estarem mais em contato com sua arte e suas fanbases, sendo mais verdadeiros.
Sim estamos, mas em um geral… o idol como rosto bonito está cada vez mais escancarado e deve ser por isso mesmo que estamos a procura daqueles que são mais, como disse antes, reais, porque dá pra sentir no ar quando não é.
Digo isso pelos artistas da 3 geração e um ou outro da 4 geração, ainda mais de grandes empresas, apenas os artistas que já se provaram em anos de experiência OU com anos de trainee e por algum milagre de alguma divindade, nos vemos mais participação deles em seus fazeres artístico
Mas o meu último adendo antes de fechar esse assunto é uma pergunta (fiz várias aqui, mas essa é a que eu quero que você saia pensando sobre).
Quantos integrantes de boy groups vocês vem tendo crédito e sendo reconhecidos pelas músicas em comparação a quantas integrantes de girl groups são?
E ainda tem o fato do que a maioria sempre são os idosos com título de ‘rappers’.
Nao acho q a indústria esteja mudando assim tão rápido, vejo respiro e oportunidade, mas o debut do LE SSERAFIM só me mostrou que essa indústria continua debutando rostos (e muitas vezes prefere um rosto bonito com uma história perfeita que parece ter sido escrita por um copywriter cinco estrelas, ou que possa esconder coisas muito bem $$) e personalidades perfeitamente curadas e a música só é importante para poucos
(em observação pessoal como consumidora isso se intensifica para os fãs internacionais que não tem interações parassociais mais próximas que são vendidas como parte da experiência de fã-idol onde esses rostos e personalidades brilham mais
E isso abre uma grande discussão.
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